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27/11/2017
Por: Equipe Fundo Dema
Assunto: Notícias
Leitura: 3 minutos

Comitê Gestor reúne para avaliar ações do Fundo Dema

Por Élida Galvão

No período de 20 a 24 de novembro, integrantes do Comitê Gestor do Fundo Dema estiveram reunidos em Belém para avaliar as ações realizadas em apoio aos povos e comunidades tradicionais da Amazônia. A reunião contou ainda com a participação de gestores do Fundo Amazônia, que puderam analisar os resultados da parceria com o Fundo Dema ao longo de seis anos de apoio a iniciativas coletivas.

Durante dos três primeiros dias de programação o Comitê Gestor esteve centrado na análise de sua atuação na região Oeste do Pará. A programação foi iniciada com reflexões sobre o contexto sociopolítico no Brasil e no mundo e os desafios impostos ao Fundo Dema frente a uma realidade onde a violação de direitos tem sido cada vez mais incisiva. De acordo com Guilherme Carvalho, coordenador da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (FASE) – Programa Amazônia e membro do Comitê Gestor, o avanço das forças conservadoras não é um fenômeno que se dá só no Brasil, mas em um cenário mundial.

“Do ponto de vista político-econômico, o neoliberalismo foi um fracasso, mas do ponto de vista político-ideológico tem sido um sucesso. Essa é uma contradição que a gente vivencia. O neoliberalismo atingiu a capacidade de conquistar para si os desejos das pessoas. As pessoas querem crescer, competir, ganhar dinheiro. Essa captura dos desejos só reforça valores fundamentais para o neoliberalismo, como a competição e a perda de solidariedade. No Brasil o Governo Temer representa essa lógica neoliberal que provoca uma mudança profunda da sociedade. E é por isso que as ações de resistência têm se tornado cada vez mais complexas. Ações como as do Fundo Dema, que têm como base justamente essas noções de solidariedade, vão na contramão de todo esse processo que vem ocorrendo”, avalia Guilherme.

A programação seguiu com uma avaliação dos demais integrantes do Comitê Gestor sobre a realidade de cada região de atuação (BR 163, Transamazônica e Baixo Amazonas) e os desafios enfrentados diante da ofensiva do capital sobre os territórios e os modos de vida dos povos da floresta. Também, foram pautados o desenvolvimento dos Editais e Chamadas Públicas lançados pelo Fundo Dema, entre eles Edital CAR (Cadastro Ambiental Rural), Edital Bem Viver e as Chamadas Públicas lançadas em parceria com o Fundo Amazônia.

Avaliação 

Os dois últimos dias da reunião foi direcionado aos resultados da avaliação externa e independente da parceria entre o Fundo Dema e o Fundo Amazônia que chega ao fim neste ano. A avaliação, realizada pelo sociólogo Luciano Padrão, pode ser acompanhada por representantes do Fundo Amazônia, entre elas Adriana Nazaré Mendes, Elisa Andrade e Ludmila da Silva, que tiveram a oportunidade de saber um pouco mais sobre a realidade das populações da Amazônia e os desafios por elas enfrentadas em defesa dos Bens Comuns.

A avaliação foi realizada em um processo que perdurou oito meses, por meio da importante participação dos dinamizadores, os quais aplicaram questionários que deram subsídios aos resultados finais. O longo do ano, outros três encontros foram realizados para analisar projetos do Baixo Amazonas, BR 163 e Transamazônica, e projetos de comunidades quilombolas. O foco da avaliação esteve centrado na análise dos resultados dos projetos apoiados, suas mudanças e conquistas, bem como na análise dos procedimentos de gestão administrativa do Fundo, com sugestões e recomendações para a atuação de próximas ações.  

Um dos pontos que mais chamou a atenção do avaliador foram as ameaças e os conflitos que o desenvolvimentismo capitalista vem impondo às comunidades apoiadas. “Na análise feita, observamos um número bastante elevado de projetos que estão sofrendo impactos com a construção de ferrovias, pecuária, mineração e por exemplo”, disse Luciano.

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