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13/01/2022
Por: Equipe Fundo Dema
Assunto: Notícias
Leitura: 3 minutos

Fundo Dema participa de conferência digital da FAO

Graça Costa, presidenta do Comitê Gestor do Fundo Dema, fala sobre a importância dos fundos comunitários

Por Fernanda Damasceno

Ocorreu, entre os dias 21 e 23 de setembro, a conferência digital Global Landscapes Fórum Amazônia 2021, com o tema “O Ponto de Inflexão – Soluções de Dentro para Fora”. O evento contou com a presença de líderes de movimentos sociais da região Amazônica, cientistas que pesquisam a região, jovens engajados com a preservação do bioma e da cultura local e até mesmo líderes políticos interessados em uma prática mais sustentável e que garanta os direitos dos povos.

Dentre as sessões que ocorreram na conferência, aconteceu uma intitulada Fundos geridos pela comunidade na Amazônia brasileira (Povos Indígenas e comunidades tradicionais), organizada pela Forest and Farm Facility (FFF) da FAO (ONU), onde a educadora popular e presidente do Comitê Gestor, Graça Costa, participou representando o Fundo Dema. Outros dois fundos também foram apresentados, o Fundo Babaçu e o Fundo Indígena da Amazônia Brasileira.


Segundo Aurélio Vianna, antropólogo com experiência em políticas de desenvolvimento, povos e comunidades tradicionais, e mediador da sessão, o Fundo Dema foi o primeiro a ser escolhido para participar. Logo depois também foram convidados o Fundo Babaçu e o Fundo Indígena da Amazônia Brasileira.

Os Fundos sociais são uma nova forma de gerir o dinheiro destinado aos povos e movimentos sociais, como uma alternativa ao financiamento convencional de desenvolvimento. Esses Fundos se diferenciam principalmente pela participação dos povos que serão beneficiados na contribuição para a elaboração de formas de destinação do dinheiro, como por exemplo, através de pesquisas diagnóstico feitas com a população que apuram as principais necessidades de uma comunidade, e a partir disso cria-se então um edital que prevê tais necessidades.

Para Graça, “a participação do Fundo Dema contribuiu para o entendimento que os fundos comunitários são construídos a partir de ações de mobilização e denúncia de ações ilegais de desmatamento e exploração dos bens da floresta e a organização de movimentos sociais que, em geral, atuam para a construção de fundos comunitários que através de diferentes formas e baseados em modelos democráticos de governança e participação, atuam na região tanto para que essas populações tenham facilitado o acesso a recursos que são verdadeiras ações de reparação à violação de direitos, assim como para a realização de muitas iniciativas de caráter econômico, social e ambiental.”


Para além de debater o que são os Fundos, o evento também pleiteou a importância de expandir essa nova forma de gestão econômica, principalmente no contexto atual de desmatamentos, queimadas, a expansão do agronegócio, sem falar na crise sanitária do COVID-19 e econômica também agravada pela pandemia. “Os fundos comunitários representam um campo de políticas e práticas sócio educativas, participativas; os projetos comunitários constituem um mosaico de iniciativas e experiências produtivas, econômicas, de fortalecimento dos modos de vida e de preservação da floresta e demais bens da natureza.”

Propiciar um diálogo entre os Fundos é essencial no contexto de emergências climáticas que estamos vivendo, criando também espaço para a formação de uma agenda comum de intervenção, agenda essa de fundamental importância diante dos retrocessos e ataques que diversos grupos sociais vem sofrendo em nosso país, demonstrando assim que os Fundos, muito mais do que administrar financeiramente as organizações locais, promovem uma melhora na qualidade de vida de famílias e comunidades inteiras.