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30/03/2016
Por: Equipe Fundo Dema
Assunto: Notícias
Leitura: 2 minutos

Indígenas recebem orientações para monitoramento e gestão de projetos

Por Élida Galvão

Fundo Dema


 “O nosso pensamento é crescer. Nós precisamos deixar renda para dentro da própria Associação pra que a gente possa crescer ou fazer mais um projeto. Que esse mesmo projeto possa dar continuidade com os próprios recursos que vai gerar”, disse Raimundo Mota, integrante da Associação Indígena Tupinambá de Cabeceira do Amorim, que realiza o projeto Curupira, localizado na região do Baixo-Amazonas. A expectativa de Raimundo foi registrada durante a ‘Oficina de Capacitação em Monitoramento, Gestão e Prestação de Contas’, realizada pelo Fundo Dema, no período de 07 a 10 de março, em Alter do Chão (Santarém-PA).

Assim como Raimundo, outros 16 indígenas participaram da atividade que objetivou orientar gestores de projetos apoiados pelo Fundo Dema, em parceria com o Fundo Amazônia. Estiveram presentes representantes de projetos indígenas inscritos na 1ª Chamada Pública do Fundo Indígena Xingu (FIX) e da 2ª e 3ª Chamadas Públicas Gerais. Sione Marysol, integrante da Equipe do Fundo Dema apresentou aos participantes o Guia de Prestação de Contas, que busca contribuir para o melhor desempenho dos projetos quanto ao emprego dos recursos recebidos.

Marysol orienta os/as indígenas sobre os procedimentos para gerir seus projetos

Integrante do projeto Pusanga Katu, que em português significa ‘remédio Bom’, a indígena Margareth Pedroso, moradora da comunidade indígena Maytapu, localizada na Terra Indígena de Pinhel, em Aveiro, apresentou com orgulho, durante a programação, os medicamentos naturais produzidos por meio do projeto desenvolvido pela Associação Indígena Patauí de Pinhel do Povo Indígena Maytapuiapapi, apoiado pelo Fundo Dema, em parceria com o Fundo Amazônia. Este projeto trabalha com o resgate e valorização do conhecimento da medicina tradicional para cura de diversos tipos de enfermidades, de forma a garantir a preservação da vegetação nativa.

Representantes de diversos projetos conferem o Guia de Prestação de Contas produzido pelo Fundo Dema

“Pra nós é um privilégio muito grande resgatar uma cultura nossa, dos nossos ancestrais, dos nossos antepassados. Este projeto veio para nos ajudar no fortalecimento do resgate cultural, e no aumento de renda da família indígena. Trouxemos amostra do material que estamos trabalhando. Estes são comprimidos que servem para baixa resistência. Esse aqui é para gripe e virose. Temos outros produtos, como o xarope produzido pelas nossas idosas e jovens. Isto é sabonete, este ouro é colírio. Isto é resultado de um trabalho incansável que nós, povos indígenas, estamos executando. Eu posso dizer que o projeto Pusanga katu é um projeto bom e com certeza o FIX e o Fundo Dema são nossos parceiros atuantes”, disse Margareth.

Campanha contra os agrotóxicos

Indígenas do Pará fortalecem a luta contra os agrotóxicos 

Em meio às atividades, os/as indígenas reforçaram a importância de manter a relação harmoniosa com a natureza de forma. Em repúdio à utilização de agrotóxicos pela cultura do homem branco, os participantes da oficina

“Pra nós, indígenas, o agrotóxico não faz parte da nossa realidade. A gente vive em comunidades tradicionais e não fazemos uso disso porque prejudica a gente. Nas nossas aldeias nunca soubemos da serventia disso. Sabemos sim, que o agrotóxico prejudica a saúde”, relatou o indígena Edgard Carvalho, que também integra o projeto Pusanga Katu.


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