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24/09/2018
Por: Equipe Fundo Dema
Assunto: Notícias
Leitura: 2 minutos

Projeto voltado à colheita da Castanha do Pará ajuda na fiscalização do território do povo Kayapó

| Indígenas Kayapó da aldeia Baú inspecionam seu território em ações que conciliam com a colheita de Castanha do Pará

Considerada um arco do desmatamento na Amazônia Legal, a TI Baú, localizada no sudeste de Altamira, é uma das áreas extremamente ameaçadas por ações ilegais de madeireiros, pescadores e mineradores. Beneficiando as 23 famílias da etnia Kayapó que vivem em meio à biodiversidade da floresta, o projeto ‘Casta-inha’, desenvolvido pela Organização dos Índios Kayapó do Baú (OIB), tem como principal objetivo incorporar atividades produtivas da castanha do Pará nas ações de proteção territorial.

As ações em defesa do território conciliam com a colheita da amêndoa como um dos meios de geração de renda familiar. A atividade iniciou com a abertura de trilhas para o acesso aos castanhais, que contribui também para as expedições de vigilância. O que as famílias coletam nos castanhais vendem principalmente no mercado local do município de Novo Progresso e também ao Instituto Kabu, que é um fundo rotativo, ligado ao Governo Federal, de mitigação dos impactos causados aos indígenas por grandes obras de infraestrutura.

Para as fiscalizações do território, a aldeia conta com os jovens brigadistas e com os Agentes Ambientais Indígenas, capacitados pelo IBAMA para manter a vigilância na TI Baú. “Por ser um território de preservação ambiental, somente os indígenas podem ter acesso aos bens da floresta e também pescar para a subsistência. Ninguém mais pode adentrar o território”, ressalta Kagroti Kayapó, membro da comunidade, ao contar sobre as diversas abordagens ilegais ocorridas, entre elas, a apreensão de arma de fogo sob poder de pescadores não indígenas.

A partir do projeto, os indígenas puderam realizar a compra de uma motocicleta e uma carrocinha para o transporte da produção coletada, haja vista a distância mínima de acesso aos castanhais, que é de 20km, percurso antes feito com os produtos carregados nas costas. Além disso, adquiriram rádios portáteis, GPS e outros instrumentos que ajudam na fiscalização territorial.

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