Cartilha ambiental orienta para a preservação de igarapé em Santarém
Por Élida Galvão
Fundo Dema
De forma a iniciar ação educativa voltada à recuperação e preservação do Igarapé Urumari, localizado na área central do município de Santarém (PA), o Comitê em Defesa do Urumari, responsável pelo projeto Urumari Vivo, apoiado pelo Fundo Dema em parceria com o Fundo Amazônia, elaborou cartilha didática que explica como se dá o processo de degradação do recurso natural e o que poderá ser feito para garantir a longevidade do manancial.
Inicialmente a ideia de produzir a cartilha ambiental foi pensada para o público infantil, mas depois a proposta se estendeu aos alunos do ensino fundamental e médio de escolas localizadas nos bairros do entorno do Igarapé, explica Carlos Alves, integrante da Federação das Associações de Moradores e Organizações Comunitárias de Santarém (FAMCOS), entidade que reúne diversos grupos de base que compõem o Comitê em Defesa do Urumari.
A preocupação com o igarapé foi a motivação para a produção da cartilha. As crianças têm mais empatia pela preservação do meio ambiente. Queremos fazer um evento nas escolas que abrangem a área do igarapé para discutir e dialogar com os estudantes, disse Carlos, que também é artista plástico e foi quem produziu as ilustrações da publicação.
Com cerca de sete quilômetros e meio, o igarapé percorre a área urbana do município de Santarém, atravessando sete bairros da cidade (Vigia, Santo André, Urumari, Jutaí, São José Operário, Área Verde e Uruará). Por transcorrer em meio à ocupação urbana, o Urumari vinha absorvendo os impactos ambientais ocasionados principalmente pela ocupação desordenada das áreas pelas quais traspassa o igarapé. Contudo, diante da poluição do manancial, em 2007, a formação do Comitê, que inda envolve a Paróquia Cristo Libertador, trouxe esperança de recuperação da vida do Urumari.
Projeto
Iniciado em 2014, o projeto Urumari Vivo tem o objetivo de fortalecer, apoiar e fomentar ações de recuperação e preservação da microbacia do igarapé Urumari, em vistas da subsistência ambiental. A primeira atividade do projeto foi concretizada com uma audiência pública, ocorrida em maio daquele ano, para tratar das denúncias de crimes ambientais no entorno do igarapé. A audiência deu voz às diversas denúncias dos moradores ao Ministério Público, além de resultar na obrigatoriedade da Secretaria Municipal de Meio Ambiente em tomar medidas após realizar vistoria no igarapé.
Em seguida foi realizada a coleta de material para analisar tecnicamente a qualidade da água e do solo do Urumari, bem como o levantamento florístico de espécies vegetais, ações que contaram com a parceria da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) serviram como subsídio para o diagnóstico socioambiental do igarapé. Somando-se a isso, as lideranças dos bairros que acolhem o Urumari participaram de curso de qualificação em georreferenciamento para atuar como agentes ambientais. O curso possibilitou, ainda, a produção de um mapa socioambiental que será utilizado nas atividades dos agentes, de forma a garantir a preservação e proteção do manancial.
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